África do Sul em 13 dias - Parte 1 - Joanesburgo
15:19Rapidinha da viagem antes de entrar nos detalhes...
Duração: 13 dias (recomendaria no mínino 20 dias para o país)
Período: 19 Novembro à 2 Dezembro
Viajantes: 2 (eu e meu namorado, Gabriel)
Locais que visitamos:
- Joanesburgo,
- Kruger Park (Lower Sabie Camp),
- Cidade do Cabo,
- Plettenberg Bay,
- Storms River Mouth,
- Tsitsikama Park,
- Bungee Jump Face Adrenaline e
- Cabo da Boa Esperança
Quantidade de km percorridos de carro: Mais de 2000km
Trecho de avião interno: Joanesburgo - Cidade do Cabo (e retorno)
PARTE I - Joanesburgo
Em meados de Junho, eu e o Gabriel nos deparamos com uma promoção de viagem para a África do Sul. Estávamos esperando muito por uma promoção de passagem para a Tailândia, que não apareceu. Na verdade, apareceram algumas mas nenhuma realmente boa. Quando vimos que saiu essa promoção para a África do Sul, mudamos de ideia e decidimos que iríamos pra lá. Pagamos R$1.800,00 com taxas voando pela Latam, saindo de São Paulo (compramos separadamente o trecho de Belo Horizonte para São Paulo usando milhas). Alguns meses depois, saíram passagens absolutamente surreais para o continente africano, incluindo destinos como Moçambique, África do Sul e Namíbia. Passagens por volta de 500 reais ida e volta saindo inclusive de Belo Horizonte. Meu desejo era já comprar mais uma direto pra Namíbia e emendar as viagens mas meu bom senso econômico não deixou (que bom e que ruim!).
Viajar para a África do Sul sem ter um pacote de viagens não é uma missão muito fácil pra nós brasileiros. Primeiro porque não é (ou não era, antes de aparecem esse tanto de passagens promocionais) um roteiro muito comum, então a quantidade de informações que se tem sobre viagens para lá não é tão grande, nem tão qualitativa se a gente compara com roteiros europeus, por exemplo. Pelo menos no nosso caso, eu achei um pouco mais difícil sair do arroz com feijão e me senti insegura de fazer algum roteiro que fosse mais alternativo ou escolher lugares que fossem mais "roots". Na dúvida, acabei escolhendo opções que me pareciam mais seguras para evitar furadas -- era a primeira vez do Gabriel viajando pra fora e eu, como planejadora da viagem, não quis arriscar demais.
No fim das contas, acabei achando que eu poderia ter arriscado mais, a África do Sul me pareceu um lugar bastante desenvolvido e com muita coisa pra se fazer. Meu arrependimento maior é ter ficado apenas 13 dias, acho que 20 dias seria o ideal. Fizemos muita coisa na correria e acho que algumas coisas valeriam mais a pena conhecer com tempo e calma.
Chegamos na África do Sul no dia 19 de Novembro, em Joanesburgo. Alugamos o carro no aeroporto (já tinha deixado reservado pelo site da Budget, aproximadamente 45 reais a diária -- pagando com cartão de crédito Visa ou MasterCard você já tem o seguro do carro incluso pela operadora do cartão, tem apenas que pesquisar as condições de cada uma dessas operadoras) e saímos de lá para a nossa primeira acomodação. Meu grande desafio nesse momento foi dirigir um carro, a-lu-ga-do, de mão inglesa e, claro, em mão inglesa, pela primeira vez na vida e já ser despejada direto do aeroporto para uma rodovia super movimentada. Não sabia o que era pior: toda vez que dava a seta ligava o pára-brisa, a pista que é mais rápida é a pista contrária da nossa, convergir então, um sufoco, semáforos de 4 tempos? ninguém conhece e, se não bastasse, umas nuvens montras e uns raios super enormes arrebentavam no céu e eu morrendo de medo de passar por tudo isso mais chuva. Pânico! A chuva não chegou, graças a Deus! rs Mas foi uma experiência e tanto! Recomendo.
Fomos para a nossa primeira acomodação, uma mansão, que pagamos 82 reais pela diária do Airbnb. Ficamos em um quarto a parte da casa, um super quarto, com uma cama maravilhosa, banheiro maravilhoso, tudo impecável. Fomos recebidos pela Ilona, dona da casa. Uma alemã por volta dos seus 30 anos, talvez. Ela mora lá com seus dois filhos e com o marido. Eles nos receberam com um churrasco e foram bastante agradáveis e receptivos. Haviam alguns amigos convidados e todos eles, sem exceção, vieram para conversar conosco e perguntar o que estávamos fazendo ali e também dando dicas para a nossa viagem. Fomos maravilhosamente recebidos. Eu e Gabriel até estávamos achando que seríamos os personagens de uma versão atualizada de Joãozinho e Maria porque atrás do nosso quarto tinha várias lenhas cortadas e tivemos uma recepção impecável. Ficamos apenas dois dias lá e a Ilona, quando nos despedimos, disse que poderíamos ligar pra eles a qualquer momento e de qualquer lugar caso nós estivéssemos passando por algum apuro que eles iriam até onde estivéssemos se fosse preciso(!). Além disso, ela me deu um livro com referências de acomodações na África do Sul e da Namíbia (porque disse que tinha muito interesse de voltar para conhecer a Namíbia), além de um mapa com as estradas da Namíbia.
O bairro que ela mora é o Rosebank, que é um bairro bastante rico de Joanesburgo e também perto dos centros comerciais grandes da cidade. Decidi ficar lá pelo preço da acomodação e pela proximidade do centro de Joanesburgo.
O Jardim da casa e nós: Ilona, filhos e o pequeno cachorro, que quis nos comer na volta de um dos nossos passeios hehehe
Foto feita na frente da casa da Ilona, toda a vizinhança é coberta por árvores e jardins.
Banheiro lindo. Só tinha foto do quarto todo bagunçado, fiquei com vergonha =]]]
Não era um lugar exatamente perto de transportes públicos, a gente andou mais ou menos uma meia hora pra chegar até a Gautrain Rosebank Station (mas gastamos todo esse tempo porque fomos apreciando cada detalhe do lugar e tiramos foto de cada passo; em condições normais de caminhada, gastaríamos uns 15min). Achei que valeria a pena pegar esse trem que tem lá porque eles consideram que é um trem de alta velocidade. Mas a tarifa dele, pra quem não tem o cartão (que era o nosso caso), saiu bem cara. Não diria que recomendo, se o trajeto for curto como o nosso. Não é o que eu esperava de um trem bala mas foi até rapidinho. Depois fui pesquisar e para andar de Uber seria o mesmo preço.
No nosso único dia completo em Joanesburgo, fomos para o centro da cidade e pegamos o Red Bus Sightseeing*, nós tinhamos pouco tempo e achamos que o ônibus vermelho seria a melhor escolha tendo em vista as atrações que ele percorria. Passamos por vários lugares no centro de Joanesburgo e fiquei super afim de descer lá pra poder comprar lembrancinhas porque vi várias coisas que me chamaram atenção. Quando saímos para ir ao topo do maior prédio da cidade, o Carlton Centre (15 rands por pessoa para subir até o último andar), perguntei o guia se nós podíamos ficar ali pra andar um pouco e ele, logo de imediato respondeu, com uma cara assustada: - Não pode não porque é muito perigoso para uma moça como você. Fiquei meio sem entender com cara de "hãm?" mas tá bem, seguimos viagem.
* Esse Red Bus Sightseeing é uma opção de turismo disponível em várias cidades do mundo. Você paga para conhecer a cidade andando em um ônibus. Ele pára em algumas estações no meio do caminho, que coincidem com os pontos turísticos da cidade, e você pode descer e explorar o lugar e pegar os outros ônibus que passam em seguida. O intervalo entre eles é de mais ou menos 15 minutos. Em Joanesburgo, o ticket para cada pessoa foi 180 rands.
Vista do Carlton Centre
Comércio ambulante em Joanesburgo, que é super típico.
Vista do ônibus passeando pela cidade.
Nossa próxima parada foi no Museu do Apartheid, acho que pagamos 70 rands pela entrada (cada um de nós, com desconto do ônibus). Fiquei um pouco decepcionada com o museu com relação a conteúdo, com relação à arquitetura ele é bastante bonito e chama a atenção. A maior parte das exposições é permanente e são compostas em sua GRANDE maioria por painéis plotados com MUITA informação, muita mesmo. O museu é um pouco labiríntico e grande. Como o Gabriel não fala inglês, tava na cara que tava bem tedioso, a não ser pelo fato de estar ali naquele lugar mesmo... A não ser que você gaste umas boas horas dentro do museu é muito difícil acompanhar o que está acontecendo ali. Na minha opinião, seria mais cômodo sentar e ler um livro sobre o apartheid. Não são muitos artefatos e artigos expostos, exceto os painéis enormes cheios de textos e mais textos. Vale pela arquitetura, e pelo valor histórico da temática, mas pelo conteúdo eu fiquei achando que deixou um pouco a desejar. É óbvio a importância daquele espaço dedicado ao tema do Apartheid naquele contexto e ele não poderia deixar de existir, a minha crítica é mais expográfica mesmo.
Muito infelizmente não visitamos o Soweto, que queria muito ter visitado, mas o adicional do sightseeing para visitar essa vizinhança era muito grande e optamos por ter mais tempo para explorar a região central mesmo. Almoçamos no Museu e seguimos no passeio.
Fachada do museu e o amor <3
Almoço no Museu: hamburger, não tinha muita escolha.
Aqui a gente podia deixar nossa marca no museu e colocar essas varinhas encaixadas nesses lugares aí.
Galeria externa do museu
Entrada do museu. No ingresso que você compra, está escrito se você é branco ou "não-branco" e aí você entra no museu de acordo com a indicação do ticket.
Depois que passamos esse tempo no museu, seguimos o passeio no ônibus, vimos várias atrações de longe mas a gente decidiu mesmo foi parar no centro e sair explorando a cidade, mesmo com a recomendação de que não fizéssemos isso. Eu só pensei: Vish, ele não deve saber de onde a gente vem, tenho certeza que a insegurança aqui não é maior que andar pelo centro de uma metrópole no Brasil. Bom, em termos é isso mesmo. Contanto que você tome as precauções que você, brasileiro, já toma normalmente aqui no Brasil mesmo, não será um grande desafio. Muito embora eu gostaria de deixar registrado aqui para as mulheres que viajam sozinha para lá, que realmente não é recomendado que você ande sozinha pelo centro de Joanesburgo. Se eu tivesse sozinha eu não teria coragem de andar por conta própria na região central. Pode ser que não aconteça nada, pode não acontecer mesmo! Mas me senti desconfortável com o jeito como me observavam e conversavam comigo na rua. Alguns olhares eram um pouco com falta de entendimento, do tipo "o que você tá fazendo aqui, sua louca?" e alguns olhares, dos homens, eram bastante ameaçadores. Eu me sentia um pouco como sendo observada. Uma branca, andando numa região majoritariamente negra não deve ser algo comum lá... O Gabriel, por outro lado, tava tranquilão, se sentindo em casa. =]]]
Andamos bastante nas lojinhas e pelas ruas e foi bem melhor do que ver a cidade de cima de um ônibus.
Depois que já estávamos esgotados e com os pés doendo, voltamos para Rosebank. Como a gente já tinha comprado o cartão Gautrain, pegamos o trem na volta também e aí a passagem ficou bem mais em conta.
Mais cedo nesse dia a Ilona havia nos indicado um restaurante de comida contemporânea pra jantar, chama Coobs. Entrei no site e fiz a reserva mas eles responderam que não abririam naquele dia e indicaram um outro restaurante, o National (Corner of 7th Ave & 4th Ave, Randburg -- parece que são do mesmo dono), e nós topamos.
Nós pedimos uma entrada (uns bolinhos apimentados de legumes), uns pratos de massa e bebemos cerveja Windhoek. O meu era um raviolli com molho gorgonzola e o do Gabriel uma espaguete preto com frutos do mar. Como a grama do vizinho é sempre mais verde, achei esse macarrão preto bem melhor que o meu. Vocês vão me desculpar a pobreza de detalhes nos nomes dos pratos mas eu não lembro como tava no cardápio. Foi uma janta legal mas não achei que valeu suuuper a pena. Pagamos aproximadamente 400 rands para nós dois (se não me engano).
Voltamos para nosso Airbnb e no dia seguinte de manhã saímos para a nossa aventura rumo ao Kruger Park, aproximadamente 500 km dali.
Nós pedimos uma entrada (uns bolinhos apimentados de legumes), uns pratos de massa e bebemos cerveja Windhoek. O meu era um raviolli com molho gorgonzola e o do Gabriel uma espaguete preto com frutos do mar. Como a grama do vizinho é sempre mais verde, achei esse macarrão preto bem melhor que o meu. Vocês vão me desculpar a pobreza de detalhes nos nomes dos pratos mas eu não lembro como tava no cardápio. Foi uma janta legal mas não achei que valeu suuuper a pena. Pagamos aproximadamente 400 rands para nós dois (se não me engano).
Meu prato principal
Entrada
Cerveja local deles e bem boa, heim?
Voltamos para nosso Airbnb e no dia seguinte de manhã saímos para a nossa aventura rumo ao Kruger Park, aproximadamente 500 km dali.
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